QUE FALTA FAZ UM RELÓGIO!!!

Certo dia acordei antes que soasse o alarme do celular, olhei no relógio que estava no criado mudo e maravilha, eram ainda 5:15. Ótimo! Só iria pegar o trem duas horas mais tarde e assim tinha tempo de sobra para tomar o meu café com calma e ir caminhando sossegada até a estação.

Coloquei a moka (cafeteira italiana) no fogo, queijinho na torrada, quando do nada olhei para o relógio na parede e…barbaridade, 6:20!!! Como assim???

Dez minutos para terminar de me arrumar, tomar meu café e chegar na estação. Corre daqui e dali, consegui pegar o trem no último minuto, ou seja, foi eu entrar esbaforida e as portas se fecharem.

Só então lembrei de controlar meu relógio de pulso que continuava marcando 5:15… a bateria tinha acabado. Mannaggia!

   Imperador Domiciano

Toda essa situação me trouxe de volta  uma história lida a algum tempo atrás envolvendo o Imperador Domiciano, terceiro e último da dinastia Flaviana, construtores do famoso Coliseu.

Seja através de algum filme ou livro, a maioria sabe que na época da Roma Imperial o negócio não era mole não. Naquele tempo quem não estivesse agradando algum setor da sociedade corria o risco de ser assassinado. Isso tornava os imperadores neuróticos ao ponto de muitas vezes não confiarem nem mesmo nos familiares (o que não era sem razão).

Domiciano não fugia a regra e estava sempre alerta. As coisas pioraram muito depois que um astrólogo afirmou que ele morreria próximo ao meio-dia de um dia qualquer.

Desconhecer o dia era um problema, mas saber a hora já ajudava e deu um jeito de contornar a situação mantendo sempre um reforço na sua guarda pessoal até depois do meio dia. Assim, era comum que Domiciano perguntasse as horas a alguém de sua confiança e se já fosse mais de meio dia, liberava os guardas e    ia cuidar dos seus afazeres.

Certo dia ele abre a porta dos seus aposentos e pergunta as horas ao camareiro imperial que afirma já serem 12:55 hs. Satisfeito por ter conseguido driblar o destino por mais um dia, dispensa a guarda e já estava voltando ao seus aposentos quando Estevão, mordomo de sua sobrinha, se aproxima com cara de preocupado solicitando uma audiência particular, alegando que havia descoberto os nomes dos traidores que pretendiam assassiná-lo.

Guarda Pretoriana

O imperador não pensou duas vezes e mandou que o tal mordomo entrasse imediatamente. Afinal o assunto era sério e Estevão servia a família, logo era de confiança. Tão logo Domiciano fechou a porta, seu camareiro falou:

– A propósito meu Augusto Senhor, quando a pouco me perguntaste as horas, devo confessar que me enganei, na verdade eram 11 horas e 55 minutos.

 

Após isso, Estevão (o tal de confiança…aff!) esfaqueou o imperador que ainda tentou reagir mas sem sucesso, vindo a falecer no dia 18 de setembro de 96 d.C. em decorrência das sete punhaladas que recebeu.

Triste fim para Domiciano, que morreu mesmo assassinado, embora não se possa afirmar com certeza se a questão do horário é verdadeira ou apenas mais uma das inúmeras lendas contadas em Roma. Todavia, saber as horas com exatidão pode nos poupar de diversos problemas e contratempos como, por exemplo, evitar que se perca o trem.

 

Beijo estalado e abraço apertado. Arrivederci!

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